Depois do estrondoso sucesso de Leo, seu vilão em "Insensato coração", Gabriel Braga Nunes está de volta as novelas vivendo Carlos, o mocinho de "Amor eterno amor", nova novela das seis, que estreia dia 5 de março.
— Não tenho nada a ver com Carlos. É o personagem mais distante de mim que já fiz na vida — diz Gabriel, que está em seu segundo trabalho consecutivo na Globo depois de cinco anos na Record.
De fato, Carlos e Gabriel não têm nada em comum. Enquanto o primeiro é do dia, o outro gosta da noite. Gabriel é fã de rock, e Carlos está mais para sertanejo. E ficar debaixo do sol, prática comum para o personagem, é um problema para o ator.
— Sou paulista de Higienópolis. Adoro ar-condicionado. Gravar no calor é um sofrimento para mim. E quase não tenho cenas dentro do estúdio. Só faço externas. Outro dia, eu me agarrei à sombra de uma árvore e brinquei: "Ninguém me tira daqui" — lembra.
Gravar com bichos também foi uma dificuldade para Gabriel, assumidamente urbano:
— Carlos tem o dom de acalmar qualquer animal com o olhar, então, gravei com búfalo, cavalo, tigre... Mas o bicho não sabe em que luz tem que parar, em que posição tem que ficar. Tudo é difícil. E não sou um cara que goste de animais domésticos, não. Acho que bicho dentro de casa dá muito trabalho. Mas até que gostei do contato com os selvagens.
Carlos, que desde criança consegue acalmar qualquer animal apenas com a força do seu olhar, é um homem totalmente do bem, porém nem por isso, menos intenso e arrebatador. Assim vai conquistar o coração das mulheres da trama e emocionar o público.
O que tem sido o mais difícil para você nas gravações ?
O calor, com certeza! E este personagem é basicamente de externas, quase não tem gravações em estúdio. E eu, como um bom paulista de Higienópolis (bairro nobre de São Paulo), adoro ar condicionado! Essa é a maior dificuldade, esse calor absurdo do Rio. E não venta, a gente trabalha invariavelmente debaixo de muito calor.
E lá no Pará, como foi?
Fiquei realmente encantado com a região. Foi extremamente difícil me despedir daquele lugar! Eu me senti muito bem gravando lá, na natureza, no rio, no mato... Foi muito legal! O grau de envolvimento com a equipe, com o personagem é incrível. Foi bom ter começado lá, deu outro patamar de envolvimento. Isso sem falar na receptividade das pessoas. Passei três semanas lá e ficaria muito mais!
O Carlos tem um apego extremo com os animais, inclusive selvagens. Rolou medo em algum momento?
Quando aceitei o papel, decidi confiar. Como o personagem tem facilidade no trato com os animais, cheguei sem medo, disposto a me dar bem com eles e não tive muita dificuldade. Claro que, às vezes, não conseguíamos fazer o cavalo parar na hora que o diretor pedia, principalmente porque eu não tenho muita experiência com eles... E olha que nos metemos no meio de uma manada com 600 búfalos! De repente o cavalo pisava na lama, se assustava e começava a pular e aí eu tinha que me equilibrar! Então aconteceu de tomar coice, cair do cavalo, do búfalo, mas não rolou nada grave. Inclusive, alguns acidentes, nós incorporamos à novela por que fazem parte da rotina da fazenda.
Fez algum tipo de preparação para o papel?
Eu tenho uma característica que é a crença. Eu acredito que novela a gente aprende fazendo, descobre o personagem vivendo... Contracenando com a mulher que você ama, com a sua mãe, com o inimigo, com o cenário, o personagem vai aparecendo ao longo das gravações. As pessoas têm uma tendência a achar que você se prepara em casa, ensaia e, em geral, isso só nos afasta do papel.
O Léo, de Insensato Coração, foi marcante. Como é viver um mocinho em seguida?
Esse contraste foi justamente o que me interessou no convite! Quando o Papinha (Rogério Gomes, diretor da novela) me ligou e apresentou o projeto, fiquei estimulado pela possibilidade de, em tão pouco tempo, fazer personagens tão diferentes. Além disso, o Carlos é um tipo que nunca interpretei em 17 anos de TV. Jamais fiz um peão galopando em uma praia deserta... Então, além de ser diferente do Léo, é diferente de tudo que já fiz.
Como resolveu se tornar ator?
Foi com o teatro. Ao longo dos anos, resolvi fazer televisão e comecei a viver uma história com a telinha. Hoje prefiro fazer novela a teatro e cinema. Isso tem a ver com a vida dinâmica que o folhetim proporciona. Talvez, como um bom aquariano, me incomodava muito com a repetição, com a rotina do teatro e o dinamismo de um texto novo a cada dia foi me contagiando. Já tive experiências tão bonitas fazendo novela, que a televisão virou meu veículo favorito!
Seu contrato com a Globo vai até...
Pela primeira vez, estou com um contrato que não é por obra, mas por tempo (quatro anos) e isso aumenta minha liberdade, meu poder de decisão. Fiquei feliz, me senti respeitado e valorizado. Estou num momento bonito da vida profissional!
Você resolveu aderir à barba ou foi pedido da produção da novela?
Passei um tempo em Nova York ( EUA) e resolvi deixar o cabelo e a barba crescerem. Quando voltei de lá, o pessoal me viu e achou o visual interessante para o personagem e aqui estou. (Risos).
FONTE: Retratos da Vida e M de Mulher
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